A discussão girou em torno de como promover um ecossistema de inovação justo e sustentável, que permita à região desempenhar um papel relevante na transição energética global.
Entre os principais resultados do workshop, destacou-se a necessidade de compreender a estrutura do portfólio regional de patentes. A partir da análise apresentada, ficou evidente que as tecnologias predominantes na América Latina se concentram no armazenamento por alta pressão, criogenia e, em menor medida, em hidretos metálicos. Em contrapartida, tecnologias emergentes como os transportadores líquidos orgânicos (LOHC) e os materiais porosos apresentam um desenvolvimento incipiente ou ausente na região, o que representa tanto uma lacuna quanto uma oportunidade estratégica de inovação.
O diagnóstico permitiu identificar disparidades significativas entre os países. O Brasil e o México concentram cerca de 90% das publicações regionais, impulsionadas por programas de pesquisa e desenvolvimento e pela presença local de multinacionais do setor energético e automotivo. A Argentina, com um ciclo inicial de solicitações entre 2000 e 2005, apresentou uma desaceleração, enquanto no Chile e na Colômbia a atividade se limita principalmente a extensões de solicitações estrangeiras. Essa distribuição desigual levanta questões sobre a capacidade inventiva doméstica e o potencial de articulação regional.
Em termos de concorrência, destacou-se que a alta concentração de patentes, particularmente nas mãos de atores estrangeiros, pode limitar o desenvolvimento de capacidades locais e dificultar a entrada de novos inovadores. Também foram abordadas práticas potencialmente restritivas, como o licenciamento global de sistemas em vez de partes específicas. Diante disso, foram propostos mecanismos regulatórios, fiscais e de colaboração para estimular a concorrência e a transferência de tecnologia em condições justas.